Solidão e silêncio: quando morar fora significa estar cercado, mas ainda assim sentir-se só
- mudavidaemmoviment
- 26 de mai
- 1 min de leitura
Lucas tem 33 anos e vive na Alemanha há quase dois. Ele trabalha, estuda o idioma, faz tudo o que deveria fazer para se adaptar — e, mesmo assim, sente que não pertence. A língua pesa. Os silêncios, mais ainda.
Às vezes, ele tenta se abrir em inglês. Mas, sente que as conversas são sempre rasas, como se nunca houvesse espaço para quem ele realmente é. A solidão, nesses momentos, não é só estar longe das pessoas. É estar longe de si mesmo.
E tem outra coisa que aperta o peito: o desejo de se conectar de forma mais íntima, de ter um relacionamento afetivo. Lucas sente falta de afeto, de alguém que o veja por inteiro. Mas diz que tudo parece frio, distante, até mesmo nos aplicativos. Como se o idioma e a cultura formassem um muro invisível entre ele e o mundo ao redor.
Esse não é um relato isolado. Muitos brasileiros no exterior sentem o impacto da solidão cultural e afetiva, que vai além de não ter amigos ou um parceiro — é uma sensação de desencaixe, de não ser lido corretamente.
O que pode ajudar:
Procurar espaços onde a identidade brasileira seja acolhida — grupos, eventos, rodas de conversa.
Trabalhar a autocompaixão e a autoestima, entendendo que a conexão real começa dentro.
Entender que se sentir só não é falha sua — é parte do processo de se refazer por inteiro.
E talvez, buscar apoio terapêutico, com alguém que compreenda o que é viver entre dois mundos.









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